Gosto muito de ler a Bíblia como um livro histórico e de infinita fonte de conhecimento e sabedoria, não apenas como um livro religioso. O Livro de Apocalipse traz uma passagem que eu tinha medo e não conseguia muito compreender, até que um dia veio um click me alertando sobre o poder da decisão.
“Eu sei o que vocês têm feito. Sei que não são nem frios nem quentes. Como gostaria que fossem uma coisa ou outra! Mas, porque são apenas mornos, nem frios nem quentes, vou logo vomitá-los da minha boca”.
Apocalipse 3:15-16
1. RENÚNCIA E OBJETIVO
Muitas pessoas têm medo de decidir porque isso exige renúncia. E renúncia significa perder, coisa que não somos ensinados e nem mesmo encorajados durante toda a nossa existência. Esse papo de vencer já começa com um velho conselho motivacional que te leva a crer que você é incrível pois foi um espermatozoide campeão, que venceu uma corrida com milhares de concorrentes. Na escola temos que vencer a competição da melhor nota, mesmo que signifique não aprender e sim decorar ou “colar” para ser um vencedor e passar de ano, ser um destaque acadêmico. Essa jornada precisa ter uma reviravolta e entender que não é preciso vencer tudo e todos e que perder aquilo que não nos faz sentido é a melhor vitória. Imagina perder seu tempo com algo que não te acrescenta em nada, com uma pessoa que não te quer bem, com afazeres que te afastam dos seus objetivos?
Outro fator que impede nossa tomada assertiva de decisão é a falta de um objetivo, uma meta ou um propósito. Pessoas que não sabem o que querem da vida não conseguem se decidir, pois a infinidade de opções que nos aparecem todos os dias nos leva a ficar como um polvo de patins, que se movimenta sem parar, porém, não consegue sair do lugar.
Sempre converso com meus amigos e clientes sobre o labirinto da vida. Imagine que você tenha sido colocado em um labirinto e que existem apenas duas placas de orientação para a saída. Na primeira placa existe uma pergunta: você realmente sabe o que quer? Caso a pessoa aperte o botão do sim, uma seta se acende indicando o caminho. Porém, a segunda placa parece um soco na boca do estômago, com seus dizeres: você está disposto a renunciar tudo o que for preciso para conseguir o que realmente quer? Nessa hora a maioria “titubeia” e não consegue sair do lugar. Portanto, se quiser uma vida plena, aprenda a renunciar aquilo que não faz sentido para seus objetivos. Sei que é um pedido difícil, em um universo que nos abarrota com infinitas opções, mas essa enxurrada de opções nos são apresentadas para que aqueles que nos apresentam atinjam seus objetivos, aprenda a selecionar o que vale e a descartar o que não te pertence.
2 DEFINA SEU PROPÓSITO
Quero colocar uma expressão mais leve para propósito para que não caia na vala comum. Vamos tratá-lo carinhosamente como o Objetivo do Momento (ODM). Pessoas que possuem um propósito bem definido têm menos dificuldades em se decidir. Quem verdadeiramente quer passar em um vestibular muito concorrido dedica horas de estudos e renuncia a festas e encontros em prol do ODM (Objetivo de Momento). E por que eu trato como objetivo de momento? Pois somos levados a tomar decisões quando não estamos emocionalmente preparados, e por entender que o seu ODM de hoje pode ser totalmente contrário ao seu ODM daqui a cinco anos, pois suas experiências adquiridas ao longo do tempo podem te fazer mudar o rumo, e isso não tem problema algum. Basta traçar a nova estrada e seguir, renunciando àquilo que não fará sentido em nova jornada.
Se hoje seu objetivo é ser um escritor, mesmo que para isso acontecer venha a demorar dez anos, comece, imediatamente, a ler. Consuma as melhores obras, os mais diversos autores, se especialize eu sua língua natal e renuncie àquilo que não te levará a este objetivo. Se em dois anos seu ODM mudar, refaça sua estratégia e corra em busca deste novo objetivo, lembrando de deixar para trás aquilo que não mais será uma ferramenta necessária na nova jornada. E o melhor, agora você terá uma bagagem de conhecimento que ninguém poderá tirar de você e que certamente lhe será útil em algum momento de sua vida.
3 RAZÃO OU EMOÇÃO
Somos impulsionados, por nossa formação biológica, a tomarmos decisão por impulso, seguindo as regras do nosso sistema límbico (onde se hospedam as emoções). E se dedicar um tempinho para analisar as decisões que você já tomou por impulso, pode se deparar com a verdade de que nem sempre foram as mesmas. Nunca deixe sua emoção e sua intuição de lado em um processo decisório, mas se permita sempre visitar a razão para poder ponderar sobre o que será melhor naquele momento, tendo sempre em vista o seu ODM (Objetivo do Momento). Só não permita que esse momento dure por muito tempo, te levando ao labirinto da indecisão. Se tem que decidir, decida rápido, pois se a decisão for um erro, você poderá corrigir a rota mais cedo.
4 PENSAMENTO COLETIVO
Sempre que estiver em dúvida sobre qual decisão tomar, opte por aquela que trará benefícios para mais pessoas, que seja melhor para muitos, não apenas para você. Imagina uma pessoa que possui o dom da oratória que que pode levar sua mensagem positiva, de crescimento e desenvolvimento. E essa pessoa se esconde por ter medo de críticas, de rejeição e outros fatores mais. Essa pessoa então decide se proteger e assim não se torna um palestrante. Essa pessoa tomou uma decisão de benefício próprio, mesmo sabendo que se a decisão fosse contrária, ajudaria milhares, se não, milhões de pessoas. Sempre que houver dúvidas, opte pelo caminho que irá impactas mais pessoas. Isso se chama transbordo! Verdadeiro significado de pleno amor ao próximo.
Se sua vida está parada por causa de alguma indecisão, chegou a hora de colocar a roda para girar e ir em busca daquilo que é seu. Não fique preso no labirinto da indecisão e acredite, fará um bem enorme para sua inteligência emocional.